Shelly ou Tuya Smart Life?

 

Quando falamos em Ecossistema de Casa Inteligente, nos dias de hoje o nome óbvio a destacar, é para mim TUYA…


Vais precisar de colocar um Gateway Zigbee!

Como já expliquei em vários vídeos e escrevi em vários artigos, o ponto central de uma casa inteligente é o Gateway Zigbee, ele comunica com a rede Wi-Fi e depois via Zigbee vai ligar todos os dispositivos do tipo: Sensores de porta, movimento, temperatura, interruptores, módulos, dimmers, etc… isso vai reduzir o stress do número de ligações na rede Wi-Fi, tornando a casa Inteligente muito mais estável…

E porque não Shelly?

Tenho-me deparado com imensos fãs da marca Shelly, mas preocupa-me o número de pessoas que estão a recomendar esta tecnologia, por vários motivos:

A Shelly é muito utilizada por eletricistas, colocadores de estores e alguns makers. Isto é bom porque o acesso ao produto é fácil e conseguimos obter o produto em qualquer loja da especialidade. 

A Shelly é excelente para quem tem conhecimento em soluções opensource, por exemplo para quem quer implementar Home Assistant, ou seja, que foi sempre associado à comunidade maker e para isso é muito bom!

Por sua vez, construtores, eletricistas e colocadores de estores, com o acesso simplificado aos Shelly usam-no para tudo… Os clientes pedem a “Casa Inteligente” e então a casa inteligente é o caminho mais simples!


Mas o que é uma Casa Inteligente?

Na minha opinião uma casa inteligente não é uma casa que funcione apenas comandada por voz, ou que tenhas de pegar no smartphone para ligar uma luz, mas sim uma casa que reage automaticamente sem que tenhamos que pegar num smartphone, ou constantemente a falar com assistente! Ora para isto acontecer é necessário existir comunicação entre tudo e não faz sentido quando compras interruptores Sonoff, módulos Shelly e um Broadlink IR para comandar a TV… O certo é que tudo deve falar com uma app e concentrar o mais possível nessa app!


A ausência da tecnologia Zigbee na Shelly torna-se problemática na implementação de sensores. Todos o sensores são Wi-Fi, o tempo de reação do Wi-Fi em sensores (de todas as marcas) são terríveis, fora o alto consumo de baterias. Por isso a recomendação para sensores é que sejam Zigbee. O Zigbee é uma rede em malha, logo os dispositivos vão-se repetir entre si, chegando a locais onde o Wi-Fi não existe.

Um caso prático: Um sensor de porta que liga a luz quando abre a porta. Quando abres a porta o sensor Wi-Fi está “adormecido” logo acorda, tens de aguardar que se ligue à rede Wi-Fi para dar a instrução que a porta abriu… Quando a luz liga, já tu tens a porta fechada! Com Zigbee isto é instantâneo, a tecnologia Zigbee é de muito baixo consumo e permite que estas baterias durem até dois anos!


Isso significa que não uso Wi-Fi?

Claro que não! Apenas não recomendo que seja usado Wi-Fi para toda a casa Inteligente, especialmente em sensores, mas sempre que for possível usar Zigbee! O Wi-Fi pode e deve ser usado, mas com conta, peso e medida.

Mas e porquê Tuya?

O Zigbee é a solução usada pela maioria das marcas de Smart Home, nomeadamente pela gama Philips HUE, pelo Ecossistema Xiaomi, pela IKEA, até recentemente a Sonoff aderiu ao Zigbee, e quem me conhece sabe que nunca nutri especial afecto pela Sonoff!

Assim sendo escolhi a Tuya como Ecossistema por imensos motivos:

  • É o maior Ecossistema que existe atualmente.
  • Foi adoptado por imensas marcas das quais destaco a Zemismart, Nedis, Loratap, SPC e imensas sub-marcas da Tuya.
  • Possui conexões Wi-Fi, Zigbee, RF e Bluetooh.
  • Tem preços incríveis pois as marcas competem entre elas.
  • Todas as marcas são compatíveis pois partilham o mesmo ecossistema.
  • É compatível com Alexa, Google Home.
  • É compatível com Smartthings
  • Conseguimos comprar em Portugal e importar da China.
  • Tem um portfólio incrível que vai desde o sensor, ao módulo, interruptor, câmeras, video-porteiros, controles físicos de ar condicionado, piso radiante, caldeiras, radiadores… é um sem fim de opções.
  • Tomadas em formato Europeu e manuais em inglês.

E porque não Xiaomi?

Eu usei Xiaomi durante o arranque da minha primeira Smart Home, tenho imensos registos online em texto e vídeo.

A verdade é que a Xiaomi tem um ecossistema excelente na China, podemos usar o servidor Mainland China. Mas desde que abriu ao mercado europeu começaram a criar produtos que ou funcionam num servidor ou noutro, não existindo uma forma oficial de comunicar e criar regras entre os ambos servidores Português e Chinês.

Em alguns servidores a utilização da Alexa é problemática, por vezes impossível. Ao importar da China acabamos por ter de usar adaptadores para o formato Europeu que torna-se uma experiência desagradável.

Conclusão

Espero que com este artigo de opinião pessoal reflitas sobre a Casa Inteligente e sobre qual o melhor caminho a tomar. O número de apps que vais usar e a forma como elas vão comunicar entre si! Menos Ecossistemas = melhor para criar automações, quando mais alargado for o Ecossistema = mais possibilidades!

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